Um banho de linguagem – leitura com bebês
O e-book “Um banho de linguagem – leitura com bebês e crianças de 0 a 3 anos”, escrito por Heloísa Pacheco e Sandra Medrano, já está disponível no site da CE CEDAC para download gratuito
Antes de falar propriamente sobre o texto de Heloísa Pacheco (Helô) em parceria com Sandra Medrano, quero expressar a minha alegria ao receber o convite para escrita deste prefácio. Nosso encontro se deu na pós-graduação “Literatura para crianças e jovens” do Instituto Vera Cruz. Sandra introduziu-me ao espaço docente, compartilhando livros, histórias, formulários, dicas, amigos e amigas. Com Helô, estive na relação professora-aluna trocando saberes, fazeres e sonhos. Recentemente concretizamos um deles: reunir mães, avós, irmãos, irmãs, vizinhos(as) e cuidadores(as) de crianças pequenas de uma região periférica da cidade de São Paulo (Parelheiros), para a escrita do livro Nascidos para ler, no melhor lugar para se viver. Ambas me ensinaram muito sobre literatura para crianças pequenas e eu tive a oportunidade de apresentar-lhes as bibliotecas comunitárias. Nosso encontro é uma dádiva: um dar-receber-retribuir sem fim.
O e-book Um banho de linguagem – leitura com bebês e crianças de 0 a 3 anos” chega em boa hora. Temos acompanhado a crescente publicação de livros para bebês e crianças pequenas e, também, uma série de dúvidas decorrentes dessa oferta: os(as) pequenos só se interessam por livros-brinquedos coloridos e cheios de botões que emitem sons para todos os lados? Os livros para bebês devem prepará-los( as) passo a passo para a aprendizagem da leitura, ensinando-lhes cores, números, formas e palavras avulsas? Ou haveria um outro lugar para a literatura na infância?
Temos nos deparado com obras fragmentadas, cujas narrativas, ao invés de estabelecerem um diálogo com as buscas em cada fase do desenvolvimento infantil, subestimam a capacidade das crianças articularem linguagem e sentidos. As autoras nos lembram de que desde muito pequenos(as), eles(as) leem o mundo a partir do que veem e do que lhes é narrado. São as narrativas que os(as) levam às palavras e não o contrário. Essa reflexão nos remete a um dos pensamentos de Paulo Freire sobre a alfabetização: “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”.
(trecho do prefácio, escrito por Bel Santos Mayer)
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